quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Lua - Tarsila do Amaral
A lua

Lua que te vejo
Lua que te quero
E tu me recebes assim,
Com esse sorriso amarelo?

No silêncio da tua imensidão
contigo me deparo.
Reflito tua beleza
e assim me amparo.

Nada é melhor para mim
que navegar no teu brilho.
Aqui, plantado feito um arbusto,
esse é o meu martírio.

Mas tu prendes minha atenção,
o que posso fazer?
Tu iluminas minha escuridão
e me derreto de querer.







segunda-feira, 23 de maio de 2011

A CARTOMANTE


O que querem as mulheres? perguntava-se Freud, o grande arqueólogo da alma humana, no início do século passado. Ricardo observava Ângela, sua esposa, com sua beleza exuberante, seus cabelos impecavelmente lisos, suas roupas esvoaçantes perfeitamente combinadas, saltos altíssimos e pensava: realmente, tinha razão Freud. A feminilidade é um continente escuro. Por que as mulheres necessitam tanto desses atributos externos? Sentia-se humanamente sozinho, ao olhar as paredes do seu quarto, todo cheio de espelhos.
Flávia é mulher dos tempos atuais. Embora tenha seus 38 anos, assemelha-se a essas jovens de hoje, saradas, muito preocupadas com a aparência física. Somente olhando, ninguém diz que está arranhando os quarenta: já se plastificou em todos seus imperceptíveis “defeitos” corporais. Ninguém pode negar que em 2011, carregar as marcas da vida presentificadas no corpo, quer dizer rugas, estrias, gorduras provenientes da realização da maternidade, faz com que uma mulher se imagine como plenamente desvalorizada em relação às suas iguais (rivais).
Em que pese tudo isso, Flávia o desejava. Não só o desejava como sentia que o enxergava como alguém com desejos próprios, com existência própria. E isso o fazia se sentir mais humano e cada vez mais apaixonado.
Dizia à Flavia que pensava como Freud, que ela o intrigava. Flávia o desdenhou, e desdenhou tudo o que o grande pai da Psicanálise postulou, dizendo, com seu olhar oblíquo, que ele que fosse se benzer para ficar bem dessas questões. Ricardo restringiu-se a pensar: sou racional demais para crer nessas coisas, porém sequer sabia dizer uma razão para tal posição.
Há! Ricardo intrigava-lhe a desconfiança de Flávia com relação ao amor que sentia por ela e as ameaças quanto ao fato de ela ser uma mulher disponível que ele poderia perder com qualquer passo em falso. Com Flavia, Ricardo sentia-se sempre na corda bamba.
Flávia tinha um modo que o prendia, passava horas em devaneios pensando em seus encontros, em como ela se portava diante dele, e sentia o quanto ela o enlouquecia, tanto quando próximos, quanto quando em pensamento. Ela, como muitas adolescentes, adorava aventuras amorosas e diversões. A cidade onde ela morava era pequena e todos conheciam seu jeito de viver e suas histórias, principalmente nos casos em que se envolvia como amante de homens casados. Mas quando conheceu Ricardo, parece que algo aconteceu.
Havia saído de Constantina e atravessado o Rio Uruguai para trabalhar como estagiária na loja de venda de aparelhos eletrônicos de seu tio em Chapecó que fica no estado de Santa Catarina, lá ficando por dez meses. Foi somente com seu retorno à terra natal que conheceu Ricardo, marido de sua prima Ângela, que há muito tempo não se encontravam. As duas tinham sido muito amigas durante a infância e adolescência e se reencontraram, pois Ângela e o marido voltaram a morar na cidade devido à oferta de emprego para gerente em uma das agências bancárias do município, além do fato de ficar mais perto da família. Uniram o útil ao agradável.
O que Ângela não sabia é que Ricardo logo despertou o interesse de Flávia e a recíproca foi verdadeira. Ricardo e Flávia conversavam nas reuniões familiares e foram descobrindo afinidades, interesses, desejos. Troca de olhares intensos. Tudo estava escrito, diria Freud se estivesse analisando o caso, quando observava, ainda no século passado, o quanto o caráter incestuoso das relações pode adoecer um sujeito.
Ricardo até que tentou resistir às investidas encantadoras da prima da esposa, atendia poucas vezes às chamadas no celular e procurava evitar as visitas. Porém, numa noite em que Ângela teve que cuidar de sua mãe que estava hospitalizada, Flávia foi procurá-lo, dando inicio ao triângulo amoroso dentro de uma família.
Ângela, aos poucos, sentia a ausência do marido, fato que até pouco tempo passava despercebido para ela, tão ocupada com sua beleza. Ela desejava um filho, mas Ricardo racionalizava dizendo que a conjuntura não era favorável.
Ricardo pensava que o que Ângela não sabia e não poderia saber era de qual conjuntura ele falava. Sua situação era por demais arriscada, mas parecia que ele não tinha medo do perigo. Ou pelo menos não o discriminava. Pensou em afastar-se de Flávia temporariamente, que começou a sentir ciúmes. Não suportava a distância.
Não suportando mais à distância e a indiferença, em um momento de desespero pelo amor de Ricardo, Ângela foi até uma cartomante recém-chegada, que havia espalhado uns panfletos de seus trabalhos pela cidade. Apesar de dizer-se incrédula nessas pessoas, pensou que já não tinha mais nada a perder, o homem que até algum tempo fazia todos os seus desejos e se preocupava em agradá-la, já nem a olhava mais.
Chegando lá foi recebida por uma senhora morena, gorda, de olhos verdes e de origem cigana. Era a cartomante que a convidou para entrar e conduziu-a até a sala dos atendimentos. A sala era iluminada somente com velas e predominava um cheiro forte de incenso, posicionados perto de imagens de vários santos e orixás. A mulher colocou alguns colares, pulseiras, uma túnica branca, acendeu o cigarro e tirou de dentro de uma das gavetas as cartas e começou a embaralhar. Pediu que mentalizasse o motivo pelo qual a teria levado lá e a pessoa que estava lhe causando o problema. Depois fez com que Flávia dividisse o baralho em três partes.
Conforme foi virando as cartas uma a uma, ia perguntando sobre sua situação e o que estava lhe angustiando. Ela ia relatando suas desconfianças em relação ao marido e a prima. A conversa foi longa e por fim nas últimas cartas a mulher começou a tranquilizar Ângela. Garantiu que o marido e a prima tinham uma atração, mas que era só Ângela querer que ela conseguiria terminar com esse relacionamento incestuoso, era só pagar e lhe entregar alguns objetos, que ela iria fazer com que Ricardo voltasse a ser só seu e voltaria a fazer todos os seus desejos.
Ângela sentiu-se aliviada, seu marido iria voltar a ser como no passado, sua vida iria voltar ao normal, pagou pelos serviços e foi para casa, sem refletir no que estava fazendo, pegou os objetos que a cartomante pediu, juntamente com o valor para fazer o “trabalho”. Em nenhum momento pensou em suas atitudes ou que poderia estar sendo enganada por aquela mulher.
Após muito tempo frequentando a cartomante, fazendo vários “trabalhos”, gatando todo o dinheiro que Ricardo lhe dava e vendo seu marido cada vez mais apaixonado pela sua prima, Ângela disse à cartomante que precisava fazer alguma coisa, pois seu marido havia lhe dito que iria embora, que iria viver com Flávia. A cartomante disse ter uma fórmula imbatível. Ângela ficou pasma, como não havia pensando antes, claro um filho, sabia que Ricardo era responsabilíssimo, não iria deixá-la se estivesse grávida e enquanto a criança fosse pequena, até lá ganharia uns anos para afastá-lo de sua prima.
Organizou tudo, um jantar maravilhoso, velas, roupa atraente, champanha, músicas e esperou por Ricardo, sabia que ele não iria deixá-la jantar sozinho, ele não gostava de magoá-la. Assim que viu o carro estacionar sentou-se à mesa e esperou. Quando ele chegou não tinha como negar um jantar, Ricardo pensou que seria um ótimo momento de conversar, esclarecer seu casamento. Mas Ângela tinha tudo preparado, esperou ele falar e quando ele acabou ela concordou só lhe fez um último pedido, uma última noite de amor. Ricardo concordou e assim passaram a noite.
Ângela pensou em dar um tempo pra ver se estava grávida, decidiu ir viajar e insistiu que Ricardo deveria ficar na casa até ela voltar. Ela pegou o avião e foi para São Paulo, lá tinha parentes e ficou alguns dias em um SPA, cuidando de seu corpo.
Quando sua gravidez foi confirmada, já sabendo que Flávia frequentava sua casa, comprou a passagem e organizou sua volta, queria encontrar os dois em sua casa para dar a notícia. Quando chegou, ficou escondida na casa de uma amiga, que ficou cuidando quando Flávia e Ricardo chegassem. Esperou um tempo e quando viu as luzes da casa apagarem ela então foi para casa. Chegou, abriu a porta bem de vagar e sem fazer barulho foi até o quarto, chegando lá acendeu a luz e Ricardo e Flávia deram um salto. Ângela vendo o espanto e o medo nos olhos dos dois, disse que podiam ficar tranquilos que ela não irai fazer nada, olhou Ricardo pegou a folha do exame e disse para ele que ela nunca iria deixá-lo ir porque ele iria ter um filho e como pai teria que ajudá-la.
Ricardo ficou pasmo, não sabia o que dizer, mas sabia também que se fosse verdade não poderia abandonar seu filho, mesmo que para isso tivesse que desistir de seu verdadeiro amor...Flávia, presenciando aquela sena, saiu desesperada, pois sabia que havia perdido seu amor e jurou nunca mais olharia para Ricardo. Arrumou as malas e foi embora, nunca mais, ninguém da cidade teve noticias dela...FIM!!!


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Leitura











"A leitura alimenta nossa imaginação e dá ritmo aos nossos sonhos".

LEITURA
Composição: Mazinho Turle, Dilson Gunane e Barney
Cantor (a): Xuxa

De repente naveguei
Como o pirata da perna de pau
Num instante me encontrei
Defendendo jacaré no pantanal
Em seguida eu vivi
Uma história de amor ao luar
Cada dia uma aventura
A leitura faz a gente viajar
É bom voar nas asas da imaginação
É alimentar o corpo, a mente e o coração (Bis)
Lendo a gente pode ser
Tudo aquilo que a gente sonhar
Se conhece o mundo inteiro
Sem ao menos sair do lugar
Conhecemos as pessoas
E o que existe entre o céu e o mar
E numa lição de vida
Aprender pra depois ensinar.


Assista o clip acessando o link: http://www.youtube.com/watch?v=NIpQvxy_t-A














segunda-feira, 9 de maio de 2011

A POESIA TEM TUDO A VER!!!

TEM TUDO A VER - Elias José
A poesia
tem tudo a ver
com tua dor e alegrias,
com as cores, as formas, os cheiros,
os sabores e a música
do mundo.

A poesia
tem tudo a ver
com o sorriso da criança,
o diálogo dos namorados,
as lágrimas diante da morte,
os olhos pedindo pão.

A poesia
tem tudo a ver
com a plumagem, o voo e o canto,
a veloz acrobacia dos peixes,
as cores todas do arcoíris,
o ritmo dos rios e cachoeiras,
o brilho da lua, do sol e das estrelas,
a explosão em verde, em flores e frutos.

A poesia
- é só abrir os olhos e ver -
tem tudo a ver com tudo.

Vamos refletir, a partir da poesia, qual o lugar que ela ocupa na vida de nossas crianças e como encantá-las em sala de aula?
A professora Marisa Lajolo no Prefácio do livro “Palavras e encantamento” diz:
Um poema é um jogo com a linguagem. Compõe-se de palavras: palavras soltas, palavras empilhadas, palavras em fila, palavras desenhadas, palavras em ritmo diferente da fala do dia-a-dia. Além de diferentes pela sonoridade, e pela disposição da página, os poemas também apresentam uma maneira original de ver o mundo, de dizer as coisas. A poesia nasce de um olhar especial que o poeta divide com seus leitores através do poema. (...) Poesia não tem hoje nem ontem. Poesia é sempre. Poesia brinca com a linguagem cotidiana, dando uma vontade danada de ser poeta também, de brincar com as palavras, de criar mundos e seres fantásticos, ou de ver os seres e os mundos fantásticos que vivem em nós mesmos, em nossa vide e a nosso lado.
Por que temos tanta resistência em levar para a sala de aula as poesias?
As poesias tem conteúdos riquíssimos, desprendidos de uma necessidade de atribuir um sentido moralizante. Por isso mesmo são gostosas de ler, de sentir. Parece que muitas conseguem alcançar algo de dentro do sujeito, outras são divertidas. Outras, com diversão, dizem muito. Tem até o Poeminha do contra, de Mário Quintana “Todos estes que aí estão atravancando meu caminho, eles passarão. Eu passarinho!”.
Talvez a escola esteja muito mais preocupada em adaptar sujeitos a algo esperado, e a partir disso tende à voltar o trabalho sobre conteúdos moralizantes, de boas maneiras, religiosos, focados nas famosas virtudes. Os poemas não seguem esse padrão. Tratam de brincar com palavras para dizer algo sobre a alma humana de forma mais simbólica, com sentidos abertos, dando espaço para o leitor completar suas lacunas, abre espaço para a criatividade e o desenvolvimento pessoal. “A chave é sua, que tem esse livro nas mãos, e nele cabe você, cabem seus amigos, seus colegas, sua família”, diz Marisa Lajolo.
A poesia é a forma pela qual podemos expressar nossas ideias, sentimentos e emoções, através da arte da palavra. O mundo da poesia é muito rico e encantador e o professor ou mediador se torna o principal vínculo entre a criança e este tipo de texto. Por isso, cabe a eles o interesse em assumir esse desafio na prática pedagógica. Brincar com as palavras, usar sequência didática, poesia cantada, representada, declamada, encenada, tudo isso faz com que o aluno se aproxime mais dessa literatura e tome gosto pela arte da poesia, além de que, desta forma, o professor estará ludibriando o ambiente de ensino.
Qualquer pessoa pode produzir poemas, é só deixar o coração superar a razão, é só deixar se envolver pela magia, pelo som, pelo ritmo, pelo encanto das palavras.
Trabalhar com poesia em sala de aula ou na escola proporciona aos alunos um incentivo ao desenvolvimento das habilidades de percepção sensorial da criança, do senso estético e de suas competências leitoras e simbólicas, colaborando para a aquisição do pleno desenvolvimento da capacidade linguística da criança, além de desenvolver nela a sensibilidade para compreender o mundo e a si própria, bem como, a capacidade para interpretar e expressar a vida pela palavra.
Atualmente sabemos que a poesia está ausente da sala de aula e da família. Muitas vezes, o único espaço é para decorar versos na tentativa de estimular bons declamadores. São poucas as instituições que estimulam um horário especial para a poesia em sala de aula. A escola deve oportunizar o conhecimento do grande universo da leitura.
A poesia é significativa para a reflexão e para as descobertas individuais do conhecimento do eu. É considerada um meio para se ter uma visão das coisas de forma mágica, preservando o lúdico, despertando a sensibilidade poética dos alunos.
Os poemas devem fazer parte da nossa vida e da vida das crianças. Esta aproximação e encantamento deve ser proporcionada pelos educadores-mediadores em momentos e com poesias que forem consideradas significativas, despertando assim o prazer pela leitura e pela literatura.

Bibliografia consultada:
Palavras de encantamento: antologia de poetas brasileiros. Coordenação editorial Maristela Petrili de Almeida Leite, Pascoal Soto. São Paulo: Moderna, 2001.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Diferentes significados e sentidos das palavras
No ano passado fui visitar meu tio que mora em São Paulo. Passado alguns dias andando pra cá e pra lá conhecendo lugares, pessoas diferentes, me adaptando ao ambiente e àquela cidade gigantesca, me senti com coragem para, sozinha, ir até a padaria que ficava a umas cinco quadras do apartamento onde eu estava hospedada. Chegando lá, esperei alguns minutos para ser atendida, até que um guri, cumprindo sua função, me pergunta:
_Pois não moça? O que você deseja?
Eu respondi:
_ Eu quero 10 cacetinhos!
Ele parece não entender e pergunta novamente:
_O que é que você deseja?
_10 cacetinhos!
O atendente, muito educado, mas sem conseguir conter o riso, pergunta?
_ Você não é daqui, é?
_ Não! Sou do Rio Grande do Sul.
Ele então brinca:
_E lá no Sul cacetinho é um tipo de pão que se parece com um cacete pequeno, ou é sovado na base do cacete?
Eu: nenhuma, nem outra, é um pão pequeno, com uma casquinha fininha e douradinha.
Em seguida corri os olhos pelo balcão e avistei o dito cacetinho na vitrine de pães:
_Olha guri, é aquele ali. Apontei com a cabeça.
Ele responde:
_ Ah! é o pão francês! Você quer dez?
_ Sim, dez! Quanto custa?
_ 5 reais!
Indaguei:
_ Cinco "pila"?Tá caro hem!
_Pila??Guri??Cacetinho?? Que língua você fala menina?
Paguei meu pão, saí da padaria me sentindo um ET, e fui refletindo até em casa.
Só nos damos conta que o nosso idioma é "heterogênio" quando nos deparamos com uma linguagem diferente da nossa. Nunca tinha parado para pensar que "cacetinho" pode não ser um pão.

Fabíola, Jaqueline, Daniela, Mônica e Viviane

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Poesia

Poesia é beleza,
riqueza sem fim.
Faz nascer a ternura
e sentir a doçura
da flor de jasmim.


No deserto da vida
e na escuridão,
é paz renascida,
é luz oferecida
em comunhão.


No silêncio do mundo,
é firme expressão.
Não busca vaidades
mas busca a verdade
e a rectidão.


Poesia é dom,
infância encantada,
alegria sentida
na senda perdida
e reencontrada.

Nascem as palavras,
sementes de amor,
que voam nos ares
e vogam nos mares
em ondas de cor.


São pobres os homens
que gritam rancor
e vivem na ânsia,
na cega ganância,
semeando dor.

Ignoram os homens
que a simplicidade
os abre à beleza,
à grande riqueza
da fraternidade.


Poesia é sonho,
é pássaro, luz,
arco-íris de sons.
Mensagem de paz
e voz que nos traz,
do fundo das cinzas,
a esperança perdida
na vida e seus dons.



Anônimo
(http://espacohorizontes.wordpress.com/category/poemas-para-a-sala-de-aula/)
"Amar a poesia é forma de praticá-la recriando-a. O que eu pediria à escola, se não me faltassem luzes pedagógicas, era considerar a poesia como primeira visão direta das coisas e depois como veículo de informação prática e teórica, preservando em cada aluno o fundo mágico, lúdico, intuitivo e criativo, que se identifica basicamente com a sensibilidade poética." (Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 17 de abril de 2011

Cuida de Mim
Angélica
Estou aqui, à sua espera
Pra você me ensinar a ser feliz...
Cuida de mim... pois no futuro eu serei aquilo que você me diz!
Te querendo, exatamente, da maneira que me quis
Não se esqueça que eu sou seu aprendiz...

Pensa com a cabeça, usa a inteligência e coração
Olha do seu lado: tanta gente teve tudo e acabou na solidão...
Cuida da semente, você vai colher aquilo que plantou...
Trata bem da gente, pois você será tratado da maneira que ensinou...

Não se esqueça que o tempo passa... não esqueça que já foi criança...
Que depende de você a beleza que esse mundo pode ter...
Não se esqueça que o tempo passa, não se esqueça que já foi criança...
Se você cuidar de mim, se você me der amor... amor vai receber!

Não se esqueça que entre nós um menino já nasceu...
2 mil anos se passaram e ninguém o seu nome esqueceu
E o que ele ensinou já é tempo de aprender:
Se você me der amor... só amor vai receber!!

Estou aqui, à sua espera
Pra você me ensinar a ser feliz...
Cuida de mim... pois no futuro eu serei aquilo que você me diz!
Te querendo, exatamente, da maneira que me quis
Não se esqueça que eu sou seu aprendiz...

Não se esqueça que o tempo passa... não esqueça que já foi criança...
Que depende de você a beleza que esse mundo pode ter...
Não se esqueça que o tempo passa, não se esqueça que já foi criança...
Se você cuidar de mim, se você me der amor... amor vai receber!

sábado, 16 de abril de 2011

DE VERSO EM VERSO (como se constrói um poema)



Pronto para escrever, novamente

De repente!

Alguns minutos a pensar

vai chegar!


Resolvo então fazer

Permissão, tenho já, és um prazer!

Um tema

Pro esquema...


Aleatoriamente, sem pressa

Almirando letras dispersas

Ajustando palavras em plocos esparsos


Construindo versos

Então resolve-se um problema

E é feito o tão desejado poema...

Diego M.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

PARA SER GENTE GRANDE... uma poesia para contar a história de como se constrói um poeta

O poeta aprendiz

                                                         Vinicius de Moraes/Toquinho
Ele era um menino
Valente e caprino
Um pequeno infante
Sadio e grimpante
Anos tinha dez
E asas nos pés
Com chumbo e bodoque
Era plic e ploc
O olhar verde-gaio
Parecia um raio
Para tangerina
Pião ou menina
Seu corpo moreno
Vivia correndo
Pulava no escuro
Não importa que muro
Saltava de anjo
Melhor que marmanjo
E dava o mergulho
Sem fazer barulho
Em bola de meia
Jogando de meia-direita ou de ponta
Passava da conta
De tanto driblar
Amava era amar
Amava Leonor
Menina de cor
Amava as criadas
Varrendo as escadas
Amava as gurias
Da rua, vadias
Amava suas primas
Com beijos e rimas
Amava suas tias
De peles macias
Amava as artistas
Das cine-revistas
Amava a mulher
A mais não poder
Por isso fazia
Seu grão de poesia
E achava bonita
A palavra escrita
Por isso sofria
De melancolia
Sonhando o poeta
Que quem sabe um dia
Poderia ser

Acesse o link e assista ao vídeo.
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